A cidade ausente
Ricardo PigliaJunior herdou de seus antepassados o gosto pelas viagens. Por acaso para que possa viajar, a cidade desaparece. Numa incerta Buenos Aires testemunham-se estranhos encontros, conspirações, relatos clandestinos. Uma história de amor pode engendrar uma máquina, o funcionamento dessa máquina pode contar uma história de amor. A máquina ao redor da qual se constrói A cidade ausente ninguém vê, mas produz seus efeitos: histórias, relatos. A trama de desenlaces vertiginosos insinua variações sobre um mesmo tema: a cidade como romance. É o lugar onde tudo acontece e deixa suas marcas do gaucho invisível e os mapas do inferno, a suicida do hotel e a criança-monstro, a ilha da linguagem, etc.
Romance amoroso, romance político, romance policial ou de ficção científica, este livro é um ponto de partida e um marco estilístico. Num registro veloz, sensível aos matizes e aos ritmos da fala, Piglia nos oferece um livro brilhante, uma das apostas mais audazes da narrativa contemporânea.
A cidade ausente foi escolhido pelo jornal Página 12, em enquete com críticos e escritores, como o romance do ano de 92 na Argentina.